Situação do calendário já está muito alterada
Até pelo menos o dia 27 de maio, o calendário do futebol no Sul segue parado (são 88 partidas no total, e esse número ainda pode aumentar). Competições nacionais e internacionais foram afetadas, assim como nos campeonatos masculino e feminino, incluindo também campeonatos de base e regionais, como a série A2 do campeonato gaúcho. Esse é um cenário que, ao menos no futebol, pode ser comparado apenas ao período da pandemia de Covid-19 e que também gera muita incerteza.
Discussões foram bastante acaloradas
Nos últimos dias, a discussão passou a ser sobre a paralisação total do futebol brasileiro. Havia argumentos contra a paralisação, como por exemplo o fato de uma parada total afetar a parte econômica dos clubes e também a falta de datas num calendário já muito caótico e onde a organização (o que não se refere apenas à CBF, mas também aos clubes) não conseguem nem mesmo estabelecer um calendário bem feito em condições normais.
A favor da parada existe o argumento não apenas de enfrentar essa situação com os clubes gaúchos, mas também o fato de que o equilíbrio já foi comprometido – como dissemos, as estruturas como estádios e centros de treinamentos foram afetadas e não há certeza sobre quando estarão funcionais. Além disso, os jogos que deverão ser remarcados por si só já criam um desequilíbrio esportivo que poderia ser minimizado.
CBF pediu que clubes discutissem a situação
Após um pedido do governo federal para paralisar o futebol, a CBF convocou uma reunião para discutir o problema. Entretanto, essa reunião estava marcada apenas para o dia 27 de maio - algo que acabou não ocorrendo, já que 15 clubes foram a favor da paralisação e a CBF acabou decidindo por parar o brasileirão por duas rodadas - a da semana que passou e também a dos dias 25 e 26 de maio.
Apesar disso, convém lembrar que a CBF também já se posicionou contra a paralisação no passado. O fato é que a grande preocupação da entidade é justamente com a falta de datas disponíveis e a chance de invadir o calendário de 2025.
Houve divergências em relação à parada
Não existiu uma unanimidade sobre a paralisação total do esporte neste momento. Dirigentes de Palmeiras e Flamengo se posicionaram contrariamente (inclusive justificando que será mais fácil oferecer algum tipo de ajuda se não houver uma parada), além de também ser difícil encontrar uma reposição de datas para um problema que já é bastante grande – esse número de jogos se somaria à já grande quantidade de partidas que não foram disputadas, inclusive envolvendo vários outros times de fora do Sul.
Enquanto isso, a Liga Forte do Futebol (organização que tem equipes como Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude e Vasco) enviou um comunicado à CBF pedindo pela paralisação imediata do futebol nacional, até o dia 31 de maio – anteriormente, Internacional, Grêmio e Juventude já tinham solicitado à confederação uma parada do brasileirão por 3 rodadas.
Essa segunda linha de pensamento foi a que acabou prevalecendo, mas apenas o campeonato brasileiro da série A teve uma pausa. A Copa do Brasil, torneios internacionais como a Sul-Americana e a Libertadores, além de divisões inferiores do brasileiro seguem normalmente, sendo até questionável a efetividade dessas ações até o momento.