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Chuvas no Sul do Brasil afetam o futebol e mudam calendário esportivo

Lucas Leonese
por: Lucas dos Santos Leonese
14/05/2024
Notícias
As chuvas e alagamentos também afetam o futebol

As chuvas que tem atingido o Rio Grande do Sul nas últimas semanas deixaram uma profunda marca no país como um todo, sendo uma catástrofe de calibre gigantesco que tem afetado a vida dos cidadãos da região de maneira avassaladora. Estradas estão completamente fechadas e o aeroporto Salgado Filho não tem condições de operação até pelo menos 30 de maio. Ainda não há uma certeza sobre quando a situação estará normalizada, mas o fato é que o calendário esportivo já foi alterado.

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Sobre os principais times da região, Internacional, Grêmio e Juventude, nenhum deles sequer entrou em campo neste mês – e ainda não sabemos exatamente quando será possível uma retomada. No caso de Inter e Grêmio, clubes da capital gaúcha, a situação é pior.

Seus CT’s e estádios ficam próximos ao rio Guaíba, que inundou as estruturas e a situação desses locais ainda precisa ser estudada, ao passo que o Juventude, de Caxias, tem seu deslocamento impossibilitado, mas o estádio Alfredo Jaconi e o CT da equipe estão em boas condições. Há também várias outras equipes ainda paradas.

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Situação do calendário já está muito alterada

Até pelo menos o dia 27 de maio, o calendário do futebol no Sul segue parado (são 88 partidas no total, e esse número ainda pode aumentar). Competições nacionais e internacionais foram afetadas, assim como nos campeonatos masculino e feminino, incluindo também campeonatos de base e regionais, como a série A2 do campeonato gaúcho. Esse é um cenário que, ao menos no futebol, pode ser comparado apenas ao período da pandemia de Covid-19 e que também gera muita incerteza.

Discussões foram bastante acaloradas

Nos últimos dias, a discussão passou a ser sobre a paralisação total do futebol brasileiro. Havia argumentos contra a paralisação, como por exemplo o fato de uma parada total afetar a parte econômica dos clubes e também a falta de datas num calendário já muito caótico e onde a organização (o que não se refere apenas à CBF, mas também aos clubes) não conseguem nem mesmo estabelecer um calendário bem feito em condições normais.

A favor da parada existe o argumento não apenas de enfrentar essa situação com os clubes gaúchos, mas também o fato de que o equilíbrio já foi comprometido – como dissemos, as estruturas como estádios e centros de treinamentos foram afetadas e não há certeza sobre quando estarão funcionais. Além disso, os jogos que deverão ser remarcados por si só já criam um desequilíbrio esportivo que poderia ser minimizado.

CBF pediu que clubes discutissem a situação

Após um pedido do governo federal para paralisar o futebol, a CBF convocou uma reunião para discutir o problema. Entretanto, essa reunião estava marcada apenas para o dia 27 de maio - algo que acabou não ocorrendo, já que 15 clubes foram a favor da paralisação e a CBF acabou decidindo por parar o brasileirão por duas rodadas - a da semana que passou e também a dos dias 25 e 26 de maio.

Apesar disso, convém lembrar que a CBF também já se posicionou contra a paralisação no passado. O fato é que a grande preocupação da entidade é justamente com a falta de datas disponíveis e a chance de invadir o calendário de 2025.

Houve divergências em relação à parada

Não existiu uma unanimidade sobre a paralisação total do esporte neste momento. Dirigentes de Palmeiras e Flamengo se posicionaram contrariamente (inclusive justificando que será mais fácil oferecer algum tipo de ajuda se não houver uma parada), além de também ser difícil encontrar uma reposição de datas para um problema que já é bastante grande – esse número de jogos se somaria à já grande quantidade de partidas que não foram disputadas, inclusive envolvendo vários outros times de fora do Sul.

Enquanto isso, a Liga Forte do Futebol (organização que tem equipes como Athletico-PR, Atlético-GO, Botafogo, Criciúma, Cruzeiro, Cuiabá, Fluminense, Fortaleza, Internacional, Juventude e Vasco) enviou um comunicado à CBF pedindo pela paralisação imediata do futebol nacional, até o dia 31 de maio – anteriormente, Internacional, Grêmio e Juventude já tinham solicitado à confederação uma parada do brasileirão por 3 rodadas.

Essa segunda linha de pensamento foi a que acabou prevalecendo, mas apenas o campeonato brasileiro da série A teve uma pausa. A Copa do Brasil, torneios internacionais como a Sul-Americana e a Libertadores, além de divisões inferiores do brasileiro seguem normalmente, sendo até questionável a efetividade dessas ações até o momento.

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Conclusão

É difícil precisar o efeito da catástrofe que acomete o Sul do Brasil mesmo no futebol. Não é possível ainda ter uma ideia de quando as principais estruturas, como estádios e campos de treinamento, estarão à disposição dos clubes, além do fato de estradas e do aeroporto Salgado Filho não ter condições de uso.

Nesse cenário, a paralisação até pode ajudar a diminuir um pouco a diferença no equilíbrio esportivo para os times do Sul, mas a medida se resume apenas a isso e somente no campeonato brasileiro, já que outras competições seguem normalmente.

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